Como pode um diário não ser escrito diariamente? rs. Enfim, aqui estou de volta. Hoje conheci mais um blog de mais um deprimido... Ele citou uma brincadeira muito sem graça exibida em rede nacional, satirizando a depressão e os deprimidos. É bem verdade, que a sátira se refere aos programas teleisivos de algumas religiões evangélicas que usam o sofrimento alheio para angariar fundos para suas (próprias) obras. Contudo, um deprimido que se veja naquela situação exibida pelo comediante se sentiria humilhado, escrachado, e em nada ajudaria sua recuperação.
Ao escrever meu depoimento sobre a postagem, lembrei de um artigo que li, e que falava sobre o gosto do mal e o mau gosto. Nele, o autor afirma:
-O gosto do mal e o mau gosto são igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade só realizável se fixados limites intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preservação da privacidade e de vivencia da solidariedade na comunhão social. O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.
Pensamento exato e semelhante ao meu.
Tenho dito!
Ps: Ainda não sei como postar links aqui. não consigo copiar e colar (rsrrsrs). Quem souber, por favor me ensine, que acho digno referenciar as fontes......
Um comentário:
Olá, Saldanha.
Agradeço muito pela visita ao meu blog. Apreciei muito o seu comentário e este muito bem elaborado texto.
O papel do comediante, desde há muito tempo, é satirizar as situações do dia-a-dia. Política, religião, orientação sexual, raça, etnia, etc são alvos de tais sátiras. Mas o bom comediante consegue satirizar sem ofender, todavia, parece que quanto mais apelativa, melhor a brincadeira.
Os criadores do programa DePrêSHOW têm sido irresponsáveis por ridicularizar, por meio do personagem Fábio Renato, as pessoas que sofrem dessa terrível doença - e por tabela os demais transtornos psicológicos. Já imaginou alguma emissora lançar um programa dedicado a satirizar quem sofre de câncer, AIDS, lepra ou qualquer outra doença degenerativa e indignificante? O repúdio público seria imediato, penso. Mas, então, por que a depressão? Defendo a tese de que nossa sociedade, apesar da gama de informações existentes sobre as patologias da mente, simplesmente não quer aceitar a realidade. Preferem bater na tecla, como, por exemplo, no caso dos deprimidos, de que trata-se de um estilo de vida ou de falta de atitude ou até de egoísmo (o que eu já ouvi por parte de pessoas próximas a respeito das minhas crises foi de chorar).
Enfim, enquanto isso, vamos sobrevivendo e tentando nos encorajar mutuamente. Fiquei feliz por descobrir seu blog e serei um leitor assíduo - acredite!
Um forte abraço!
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