quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Controlado.


Sinto-me controlado, como a medicação que tomo.

Antes de começar com ela, sofri seis longos anos com depressão. Não constantemente, mas com episódios intercalados não tão graves quanto o primeiro e o penúltimo.

O primeiro se deu em 2001, e iniciou exatamente no dia em que eu completei 21 anos. (um fato: antes desse episódio, nunca, disse nunca, senti qualquer sintoma que me ligasse ao fatode ser deprimido). Tudo,na época, foi explicado como obsessão. Isso mesmo, problema espiritual! Sendo assim, fui tratá-lo. Rodei Centro Espírita, e, nada. Durante seis anos, tinha ao menos um episódio ao ano, sempre tratado espiritualmente, o que me fazia relutar em procurar tratamento psiquiátrico.

Em 2006, uma grande crise quase me faz suicidar. Era natal daquele ano, meus pais haviam viajado, eu estava no ultimo ano de faculdade, quando deveria estar Feliz, sofria. Sofri tanto. Insônia. Angústia. Tristeza. Pensamentos aceleradíssimos, negativos. O reveillon foi o pior da minha vida.

1 de Janeiro de 2007, às seis da manhã, após mais uma noite insuportável, fui até o Hospital das Clínicas, no serviço de urgência. Ou suicidava ou procurava ajuda médica. Optei pela segunda.

Ao entrar no consultório, a psiquiatra, com a pior das caras, me olha e diz: O que um rapaz bonito, de quase dois metros, faz à essa hora, neste dia, em um hospital psiquiátrico????????

Senti-me o pior dos seres(pra variar...). Senti vontade de matá-la.

Queria fugir, sumir, morrer. Contudo, a reação daquela mulher me deu força,uma força suprema que me fez responder: Preciso de ajuda!

Não lembro que medicação ela prescreveu, mas lembro que eu deveria voltar em um mês, mas até hoje não voltei,não com ela.

Depois , procurei outros dois psiquiatras, com os quais não me agradei, não senti seguro, e de cujas prescrições não segui. O terceiro deles, um verdadeiro Anjo em minha vida, foi quem se dispos a me ouvir atenciosamente. Quis conhecer quem eu sou, e entender junto comigo o porquê de eu ter me tornado quem eu era, na época.

Me prescreveu Antidepressivo,o mesmo que tomo até hoje, e que nunca me deu efeito colateral nenhum,fato que, para ele, se justifica pelo tratamento espiritual que faço rotineiramente. Hoje em dia, meu psiquiatra é meu grande amigo, um irmão, um confidente, e muitas vezes o papel se inverte, ele vem com os problemas dele, chora em meu ombro, desabafa,se reergue.

E isso tudo é muito bom!

Estar controlado , como o remédio que tomo!
Obs: A imagem, eu capturei em uma de minhas viagens ao Rio de Janeiro. Era uma tarde cinzenta em Copacabana....

2 comentários:

Anônimo disse...

A reação da psiquiatra que lhe atendeu na emergência faria Salvador Dalí rever seu conceito sobre surrealismo, caso estivesse vivo.

Saldanha disse...

Se eu a tivesse matado, teria como atenuante um surto psicótico!!! rsrsrs